5 Grandes Mitos da Religiosidade – Revelando a Verdade

A religiosidade é uma empresa fabricadora de mitos. Ela cria mentiras e ilusões. Costumo dizer que o negócio do diabo é a religião. Todos os dias ele cria novas formas de religião, novas crenças, novos conceitos e posições. Tudo isso para distraí-lo da única verdade que importa: Jesus é suficiente!

Como filhos da Graça, precisamos estar atentos a todos esses mitos, refutando argumentos contrários ao Evangelho, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo (2 Coríntios 10:4-5).

Abaixo, listei alguns mitos da religiosidade que ouço frequentemente. Após refutar cada um desses mitos, concluirei com uma frase destacando uma verdade ocultada pela religiosidade.

5 Mitos da Religiosidade

Mito: Jesus te aceita como você é, mas não como você fica. Ou “venha como estás, mas não permaneça como estás”.

Esse é um clássico mito da religião. É claro, às vezes, eles não afirmam nessas palavras, mas é essa a mensagem comunicada.

A religiosidade defende uma aceitação da “porta de entrada”. Você comparece ao culto, é bem recebido; os irmãos apertam sua mão com cuidado e, quem sabe, lhe dão algum agrado em forma de presente. Você se sente aceito por Deus e pelos seus filhos. Dizem que Deus te ama além de suas falhas, mas logo à frente começam a pregar uma aceitação condicional. Afirmam com palavras e gestos que, se permanecer em seu “estado”, não será salvo ou perderá todos os benefícios que Jesus conquistou arduamente por você. Assim, passam a te tratar como pensam que Deus os trata: aceitação baseada no mérito.

O Evangelho, ao contrário da religião, ensina uma aceitação incondicional, que não tem prazo de validade. É uma aceitação de um Deus com amor incondicional. É uma aceitação baseada em Cristo (veja Efésios 1:6; Romanos 15:7). O prazo dessa aceitação depende do valor do Filho de Deus, Jesus Cristo. Deus nos aceita em Cristo. Isso significa que Ele nos aceita por causa de Cristo. Portanto, Deus pode deixar de te aceitar se, em algum momento, Ele deixar de aceitar Jesus.

A religiosidade diz que essa aceitação leva à libertinagem. Concluem isso porque creem mais no pecado do que no Evangelho (Romanos 6:14). No que tange ao poder da Graça, são incrédulos.

Quando dizemos, “Deus te aceita incondicionalmente por causa de Jesus”, eles entendem como “venha como está e permaneça do jeito que você quiser”. Não entendem que aceitação incondicional não significa aceitar uma pessoa junto com os seus pecados, mas APESAR dos seus pecados.

A verdade é que somente uma aceitação INCONDICIONAL pode verdadeiramente transformar o homem!

Verdade: Jesus te aceita incondicionalmente e essa aceitação mudará a sua vida!

Mito: Jesus fez a parte dEle, agora precisamos fazer a nossa. Precisamos de boas obras!

A religiosidade ensina o mito de que a obra consumada da Cruz não foi tão consumada assim (João 19:28-30). A religião é profissional em diminuir aquilo que o Evangelho aumenta e aumentar o que o Evangelho diminui. A religião humilha o que Deus exalta e exalta o que Deus humilha.

Esse mito religioso diminui o peso do sacrifício de Jesus. Se “fazer a nossa parte” significa acrescentar a obra de Cristo, então estamos desvalorizando Jesus e sua obra. Que grande heresia estaremos proclamando!

Sua Obra foi completa, consumada e profunda (ver Hebreus 9:12; 10:11-14). Não há nada que podemos fazer para aperfeiçoá-la, na verdade, é ela que nos aperfeiçoa totalmente (Hebreus 10:14)!

Qual é a nossa parte nisso tudo? Crer, receber essa obra (Hebreus 4:11; 11:1). A canção abaixo ilustra isso com clareza:

Não tenhas sobre ti
Um só cuidado qualquer que seja
Pois um, somente um
Seria muito para ti
É Meu
Somente Meu todo o trabalho
E o teu trabalho é descansar em Mim.
1

Verdade: Jesus fez a parte dEle, e a nossa maior honra é crer nessa obra completa e desfrutar dela gratuitamente!

Mito: Você precisa deixar os seus pecados para ir a Cristo.

Já ouvi inúmeras vezes os cristãos dizendo, “precisamos pregar renúncia para vir a Jesus”; “A hiper graça prega salvação sem renúncia de pecados”. Existe um problema lógico nesse pensamento, que não é visível para essas pessoas.

Pense comigo: se as pessoas precisam deixar os seus pecados para serem salvas, então por que precisam de um salvador? Por que precisam de Jesus se podem lidar com o pecado sozinhas?

Essa é a mensagem da religiosidade, não do Evangelho. A religião diz que você precisa se limpar antes de ir a Cristo! Por acaso você se lava antes de tomar banho? É Jesus quem nos lava!

A mensagem da religião é: deixe seus pecados para que Cristo te salve!

Porém, o Evangelho diz: venha a Cristo e Ele te salvará dos seus pecados (João 6:37; 8:24)!

É porque as pessoas não conseguem renunciar a seus pecados que precisam de Jesus (Romanos 3:21-24)! É por isso que somente a Graça transforma (Tito 2:11-12)!

Verdade: Venha a Jesus como estás, e seu amor e graça irão transformá-lo!

Mito: O velho homem morreu no batismo, mas “ele sabia nadar”.

Essa é uma velha “frase de efeito” da religião. Foi proclamada, segundo alguns, por Martinho Lutero. Creio que Lutero estava equivocado, apesar de ter sido um grande expoente da justificação somente pela fé.

O motivo de seu erro é mais do que óbvio: se a cruz não foi suficiente para matar o velho homem, nada mais será. Os que citam essa frase, associam a morte do velho homem com o batismo nas águas – uma conclusão que parte de uma interpretação errada de Romanos 6:1-4.

O batismo em Romanos 6 se refere ao batismo espiritual daqueles que creram em Jesus. Se continuarmos lendo o texto, veremos que Paulo associa a morte da velha vida em Adão com a crucificação de Cristo, não com o batismo em águas (v. 5-6).

Além disso, Paulo dá certeza e convicção da morte do velho homem (v.6), pois sustenta essa morte na própria morte de Cristo que, segundo ele, “não pode morrer outra vez” (v.8). Logo, “matar o velho homem diariamente” é a mesma coisa que matar Jesus diariamente. Um está unido ao outro.

Cristo morreu de forma definitiva? Se sim, então o velho homem também.

“Ah, mas foi Lutero quem disse”

Se ele ensinou isso, então estava errado. Simples assim. O Evangelho está acima de anjos e apóstolos (Gálatas 1:8), quanto mais de reformadores do séc. XVI! Digo isso com todo respeito a ele, pois sei que foi um líder muito importante.

Verdade: O velho homem foi definitivamente morto na cruz.

Mito: Esses ensinos da Graça não foram defendidos pela Igreja em sua história, logo, são errados.

Essa frase pressupõe que a verdade está ao lado da tradição INDEPENDENTEMENTE do que a Escritura diga.

A verdade seria assim: Os ensinos da Graça, presentes nas Escrituras, não foram ensinados por certos líderes da Igreja, logo, esses líderes estavam errados.

Existem três pontos muito importantes para comentar sobre esse mito.

Primeiro, é uma falta de conhecimento afirmar que o ensino da Graça não encontra apoio em autoridades mais antigas da Igreja cristã. No livro “Hiper Graça: O Que Realmente Defendemos”, cito inúmeras vezes, vários e vários teólogos e líderes importantes da igreja, que compartilham dos mesmos ensinos que a HG.2

Em segundo lugar, mesmo que os ensinos HG não encontrassem apoio em lideranças anteriores, não é um argumento contra esses ensinos. Estudiosos que usam esse argumento sabem que, se forem expostos, será um grande tiro no pé.

Toda a história da teologia cristã está repleta de ensinos errados defendidos por líderes importantes. Por exemplo, se analisarmos a patrística, o início da teologia cristã (séc. I ao séc. V), encontraremos muitos ensinos que hoje consideraríamos heréticos ou equivocados, além de nos surpreendermos com o fato de que os patrísticos não defenderam certas doutrinas que nós, a igreja contemporânea, defendemos.

Por último, e mais importante, toda a tradição da teologia cristã é submissa à Escritura. Devemos sempre nos dirigir à Escritura como base de fé. Se a tradição ensina algo contrário à Escritura, que seja anátema! Nossas discussões teológicas e bíblicas devem ser pautadas na Escritura. Se iniciam com ela e terminam com ela. A tradição pode corroborar para elucidar e apoiar a verdade, mas nunca para comprová-la ou fundamentá-la.

Verdade: Os ensinos da Graça estão presentes em toda a história da igreja. Porém, estão presentes principalmente na Escritura, nossa base de fé.

Conclusão

Muitos outros mitos poderiam ser apresentados aqui. Na verdade, diariamente e constantemente, a religiosidade fabrica novos mitos! Sinta-se à vontade para comentar abaixo a sua experiência com os mitos da religião, além de citar algum que não mencionei no texto!

  1. https://youtu.be/v0vbOLiKGTI?si=5Vq8lVsmK_0nVMZk ↩︎
  2. Para saber mais sobre o livro, acesse: https://api.whatsapp.com/send?phone=555197578904&text=Ol%C3%A1!%20Gostaria%20de%20conhecer%20o%20livro%20Hiper%20Gra%C3%A7a:%20O%20que%20Realmente%20Defendemos!%20 ↩︎
Eliezer Oliveira
Eliezer Oliveira

Tenho 25 anos e sou diretor do Blog Vida Trocada, autor dos livros E Ele nos tornou Santos, Nada Além do Sangue (Livro Publicado) e Hiper Graça: O Que Realmente Defendemos (Livro Publicado). Também sou coautor do livro Interpretando a Escritura. Sou professor do curso Universidade da Graça, Vida na Graça e Teologia com Graça, e também atuo como Escritor Fantasma para alguns ministérios. Atualmente estou cursando Teologia (ESTÁCIO), sou casado com uma escritora maravilhosa, amante da leitura e de um bom café.

Um comentário

  1. Fui questionada, sobre Deus ter matado o rei agripa(não tenho certeza se o nome do rei é esse, e comido por vermes) E Ananias e Safira.
    Não soube responder.

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