MENU
Suicídio de cristãos? Precisamos falar sobre isso!
Estamos no final do mês de setembro e setembro amarelo é a iniciativa tomada com o intuito de prevenir e trabalhar a questão do suicídio. ONGs, ministérios, faculdades e hospitais buscam formas e meios de prevenir que esse lamentável incidente acometa mais e mais pessoas. Todos os órgãos seculares e mundiais trabalham em torno disso. A igreja, por outro lado, em sua grande maioria, joga o assunto embaixo do tapete com a prerrogativa de que se trata de um pecado, de um mal “espiritual”, que alcança aqueles que não foram a todos os cultos ou que não praticaram todas as “práticas espirituais”, ou seja, essas pessoas “precisam de Deus”. Infelizmente a taxa de suicídio só aumenta, incluindo cristãos, mas a Igreja está demasiadamente preocupada com outras questões, “mais espirituais”.
Segundo a OPAS/OMS:
- Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos.
- Para cada suicídio, há muito mais pessoas que tentam o suicídio a cada ano. A tentativa prévia é o fator de risco mais importante para o suicídio na população em geral.
- O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos.
A Igreja, sendo o Corpo de Cristo e Sua Expressão na terra – estando acima de qualquer ONG ou poder legislativo – não deveria dar maior atenção a esse mal?
Suicídio de cristãos e a “falta de Deus”
Por que os cristãos têm a facilidade de fugir ou arrumar respostas simplistas para assuntos tão importantes? Creio que é porque para eles o Evangelho é uma mensagem que engloba “unção” e “poder espiritual” para capacitação daqueles que são “aprovados como obreiros de valor”. Quando você está focado em adquirir “unção’, aqueles que lamentam suas mazelas de dor e sofrimento são vistos como obreiros fracassados.
A igreja passa a ser vista como uma máquina de trabalho e crescimento espiritual, despida da sensibilidade humana. Dessa forma, não damos valor aos sentimentos humanos porque estamos focados no crescimento e na “unção”. Para o religioso, “depressão é frescura”, mas para Cristo, a angústia e dor de um leproso é tão importante que Ele precisa tocá-lo antes de curá-lo (Mateus 8:1-4).
O Evangelho genuíno proclama que em Cristo existe descanso e refrigério constante. Quando a Igreja coloca sob seus líderes ou membros, o fardo de obrigações eclesiásticas, expectativas irrealistas sobre como os cristãos devem se portar, ou regras meramente religiosas, acaba tornando a leveza do Evangelho em um fardo insuportável e depressivo. Junte tudo isso com o fato de que muitos cristãos possuem quadros clínicos de depressão devido a problemas externos e a propagação da crença de que “depressão é coisa de fraco”. Diante desse panorama fica fácil entender o suicídio entre cristãos.
Perceba que a igreja acredita que suicídio é pecado, mas um pecado que ela mesma evoca sob os cristãos? Através da religiosidade, a Igreja – percebendo ou não – traz sob os seus irmãos uma condenação de depressão e ansiedade.
Falta de consciência
Todos os cristãos são completos em Cristo (Colossenses 2:9-10). Nenhum cristão, independente da situação em que esteja, está com “falta de Deus”. Isso é uma verdade espiritual imutável.
Se os cristãos tivessem mais consciência dessa verdade viveriam vidas mais descansadas e felizes. Se sou completo em Cristo, já tenho toda aceitação e amor que preciso, a aceitação e amor estão inclusos nesse pacote que é Cristo. Não há necessidade de trabalhar e me esforçar muito para adquirir aceitação de Deus ou dos irmãos. Já fui aceito e já sou totalmente amado, sou completo nEle. Isso não te alivia do fardo e da pressão religiosa?
Não é a falta de Deus a causa do suicídio no meio cristão ou até mesmo secular. Mas não seria a falta de consciência do amor, aceitação, perdão e graça de Deus uma grande causa? Em nossas congregações proclamamos mensagens que colocam fardos sob os ouvintes, e os levam apenas a viverem em ansiedade. Está na hora de anunciarmos o Evangelho que libera a plenitude de descanso e amor para todos os corações aflitos.