E se um cristão morrer em pecado?

Já ouvi algumas vezes a seguinte pergunta: “E se um cristão morrer em pecado, vai para o céu ou para o inferno?”. Tenho que confessar que as primeiras vezes que fui questionado sobre isso, eu não tinha a menor ideia da resposta. Na verdade, isso me deixava um tanto intrigado, porque segundo o que eu costumava pensar, quando alguém pecava, enquanto não confessasse para uma outra pessoa o que fez, o seu destino era o inferno. Mas graças ao Pai, o meu entendimento tem sido transformado com a revelação do Evangelho de Cristo.

Para compreendermos a Salvação, precisamos entender o que foi que nos salvou. E o que nos salvou? Aquilo que aniquilou o pecado. O que aniquilou o pecado?

“(…)Mas agora ele [Cristo] manifestou-se de uma vez por todas, no final dos tempos, para aniquilar o pecado por intermédio do sacrifício de si mesmo.” (Hebreus 9:26)

Então, a única coisa que pode nos salvar é o sacrifício gracioso de Cristo.  Crendo nessa Graça, somos salvos (Ef 2:8). Assim, chegamos a conclusão de que nada do que fazemos pode nos salvar (Ef 2:9). E o que tudo isso tem a ver com o título do post? É simples. A Salvação é o próprio processo de conversão. A Salvação é a mudança da natureza pecaminosa para a natureza de Cristo!

E era aí que eu queria chegar. A conversão não é sobre comportamento, é sobre natureza!

        “Anteriormente, todos nós também caminhávamos entre eles, buscando satisfazer as vontades da carne, seguindo os seus desejos e pensamentos; éramos por natureza destinados à ira” (Efésios 2:3)

Todos nós tínhamos a natureza que nos foi outorgada por Adão. A natureza do pecado. Mas a Salvação mudou a nossa natureza. Nós morremos para a antiga natureza e nascemos para a de Cristo.

        “Pois quando éramos dominados pela natureza pecaminosa, as paixões dos pecados, instigadas pela própria Lei, agiam livremente em nosso corpo, de maneira que dávamos frutos para a morte. Mas, agora, fomos libertos da Lei, quando morremos para aquilo que nos aprisionava, para servirmos de acordo com a nova ministração do Espírito e não conforme a velha forma da Lei” (Romanos 7:5-6)

A antiga natureza morreu. O nosso instinto agora é outro. A nossa nova identidade nos mostra que temos propensão a acertar. O que não significa que não pecaremos mais, mas significa uma mudança gradual de comportamento. Percebe? Não são os comportamentos que mudam uma identidade, é a identidade que muda os comportamentos.

É algo bem óbvio. Vamos supor que, por exemplo, um crente (ignorante) decida prender um pecador (aquele que nunca creu em Cristo) dentro de uma sala, e o amarre em uma cadeira com braços, pernas, boca e olhos atados e ainda por cima o dá um soro que deixa o descrente inconsciente durante um período de dois meses, tudo isso para que este parasse de pecar. A princípio, o plano teve sucesso, o indivíduo parou de cometer erros. Mas o mais importante de tudo não aconteceu, ele não deixou de ser pecador, ele não foi salvo! Por quê? Porque como já demonstrado antes, o novo nascimento (Salvação) não tem nada a ver com obras, tem a ver com mudança de natureza! Tem a ver com crer em Cristo!

Finalmente, posso voltar ao questionamento do primeiro parágrafo. “E se um cristão morrer em pecado, vai para o céu ou para o inferno?”. Se a pessoa nasceu de novo, talvez ocorra essa infelicidade de morrer durante um ato pecaminoso, mas isso não interfere em sua salvação. Assim como não fomos salvos por obras, também não podemos perder a salvação pelas nossas próprias obras. A nossa nova natureza foi salva pelo sangue de Cristo e não pelo nosso mérito!

Ao obtermos essa natureza, obtemos a identidade de “filhos de Deus”.  Se dificilmente um filho de um pai humano é “lançado fora” por fazer algo ruim, imagina um filho do próprio Amor. Afinal, o Pai fez de tudo para nos reconectar com Ele!

        “Eu dou às minhas ovelhas a vida eterna, e elas nunca perecerão; tampouco ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai que as deu a mim e ninguém  pode arrancá-las da mão de meu Pai. O Pai e eu somos um.” – (João 10:28-30).

As ovelhas são aqueles que creem em Cristo. E Aquele que era o Pai de Jesus, também se tornou Pai daqueles que creram nEle. E perceba o que Jesus disse sobre quem é salvo e está nas mãos do Pai, “ninguém é capaz de arrancá-las da mão de meu Pai”. Ninguém é capaz! Nem você mesmo! Porque não tem nada a ver com a nossa obra, mas com a obra perfeita de Cristo na cruz. Se um cristão morrer em pecado, estará com o senhor porque Cristo morreu por seus pecados!

Se vivêssemos constantemente ganhando e perdendo nossa salvação, a vida cristã nada mais seria do que uma grande confusão e uma imensa frustração, assim como era a vida na Lei.

Se você tem algum problema com pecados e falhas, busque compreender em intimidade com o Espírito as realidades da sua nova natureza.

Quanto mais você ouve o Pai te dizer quem você é, mais você muda seu pensamento e se identifica com as palavras dEle, porque o seu instinto já é reconhecer e ter as boas obras Cristo.

Paz!

Matheus Almeida
Matheus Almeida

Tenho 25 anos, sou estudante de História e pesquisador na área de esportes. Congrego na Nova Igreja de Campo Grande (RJ), onde tenho muitos amigos e amigas que me ajudam a crescer diariamente na Palavra da Graça. Amo ler e escrever sobre o poder e a simplicidade do Evangelho de Cristo.

3 comentários

  1. Muito fácil este teu evangelho amigo. “uma vez salvo eternamente salvo”. Kkkkkk. Por que então o filho pródigo voltou a comunhão com o Pai? A palavra de Deus está sempre falando do arrependimento. A pessoa que não está reconciliado com Cristo, jamais será salva. Pode ter sido, ou não crente. A vida cristã seria muito fácil sem renuncia do pecado.

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