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“A Graça não é o oposto do esforço, mas sim do mérito”? Uma resposta a Dallas Willard
A frase acima foi dita pelo filósofo cristão Dallas Willard. [1] Essa frase é citada por muitos cristãos quando o assunto é a Graça e a sua relação com o esforço humano. Na verdade, já vi pregadores e pastores da Graça citando essa frase. Neste texto, eu gostaria de manifestar a minha preocupação.
Os irmãos que citam essa frase, conseguem perceber o quanto ela é problemática? Eu sei que muitos podem responder que essa frase possui um contexto e que quem sabe eu não saiba qual é esse contexto. Porém, eu não consigo imaginar um contexto onde essa frase esteja correta. Eu gostaria muito de dar a Willard o benefício da dúvida, porém, como tratarei abaixo, o contexto de seu ensino sobre a salvação não me permite fazer isso.
A Graça e o esforço
A questão é: Ao que a Graça de Deus se opõe? Ela se opõe somente ao mérito, ou também se opõe ao esforço? A Graça de Deus não é oposto do esforço?
Primeiro, essa frase é equivocada porque parte de uma conclusão errada do verdadeiro significado da Graça. Se definirmos Graça somente como “favor imerecido”, iremos concluir, de forma precipitada, que a Graça é uma espécie de “presente” abstrato de Deus, e que esse presente se opõe ao mérito. Isto é, se a Graça é favor imerecido, logo, a Graça se opõe ao mérito. Porém, a Graça não é somente um favor imerecido, a Graça não é uma “coisa”, a Graça é uma pessoa (João 1:14-17). A Graça é o próprio Cristo.
Deste modo, a Graça é Cristo sendo o presente e o próprio favor de Deus dado a nós. Partindo disso, compreendemos que a Graça se opõe ao esforço, e não somente ao mérito, justamente porque a Graça está centrada em Jesus, como a única fonte de salvação, santificação e plenitude. A Graça não foca no homem, mas no Cristo encarnado e ressuscitado.
A soteriologia de Dallas Willard
Segundo, quando parei para refletir sobre essa frase de Willard, comecei a pensar que, no pano de fundo de sua visão sobre a salvação, provavelmente existiriam princípios muito problemáticos que o levaram a tal conclusão. Infelizmente, eu estava certo. Willard acredita que “as pessoas podem se tornar ‘boas’ o suficiente para serem salvas sendo sinceras em suas tradições religiosas – não importa qual seja a fé.” [2]
Na soteriologia (Doutrina da salvação) de Willard, pessoas que não creem em Jesus, que não conhecem o Evangelho, podem ser salvas através de pura bondade e obediência. Ele afirma:
“… se alguém é digno de ser salvo, será salvo. Nesse ponto muitos cristãos ficam muito ansiosos, dizendo que absolutamente ninguém é digno de ser salvo. A implicação disso é que uma pessoa pode ser quase totalmente boa, mas perder a mensagem sobre Jesus e ser enviada para o inferno. Que tipo de Deus faria isso?” [3]
Para Willard, uma pessoa que é quase “totalmente boa” precisa ser salva, mesmo que não tenha ouvido diretamente sobre Jesus. Willard tem uma clara concepção soteriológica de que as pessoas podem ser salvas pelas obras.
A Graça é o oposto do esforço!
Por último, acredito que a frase de Willard é problemática porque não está alinhada com a relação da Graça com o esforço humano apresentado nas Escrituras. A frase “A Graça não é o oposto do esforço, mas sim do mérito” é uma tentativa de afirmar o seguinte: Podemos realizar diversas obras, nos esforçarmos muito, porém, no final, somos salvos, justos e santos pela Graça de Deus. Ou seja, de alguma forma “espiritual” e inexplicável, nossos esforços não recebem mérito. É realmente desta forma que Paulo descreve a salvação somente pela Graça em Efésios 2:8-9? Não acredito que esse tipo de pensamento faz jus a afirmação de Paulo a respeito da salvação: “não vem de vós” (v.8)
Para Willard, e aqueles que o citam, a Graça não é contra o PROCESSO da salvação (contra os esforços), mas sim contra o RESULTADO (mérito humano). Todavia, no entendimento de Paulo, a Graça não se opõe somente ao resultado, mas também ao processo. Quando Paulo destaca que somos salvos pela Graça e não pelas obras (Efésios 2:8-9), ele está demarcando a verdade de que Graça e as obras (esforços) são mutuamente excludentes. As obras que Paulo destaca não são ainda, em si mesmas, mérito, mas a mera tentativa, o esforço, o trabalho, ou seja, o processo. Paulo ainda destaca que a salvação “não vem de vós” (v.8), mas é “dom de Deus”, fazendo uma total separação entre o esforço humano e a operação de Cristo. Em sua conclusão, no verso 9, Paulo afirma que a salvação é pela graça para que “ninguém se glorie” (v.9). O “se gloriar” se trata justamente do mérito. Porém, perceba que antes de falar que a salvação pela Graça se opõe ao mérito (se gloriar), Paulo, no verso 8, destaca que a Graça se opõe ao esforço (Obras). Fica difícil enquadrar a afirmação de Willard nesse contexto.
Para não deixarmos Willard sem um contexto “bom”, podemos afirmar que a Graça não se opõe ao esforço que parte do descanso (Hebreus 4:11). Quando estamos em Cristo, recebemos todas as dádivas espirituais (Efésios 1:3; 2 Pedro 1:4). Agora, não fazemos algo para obtermos alguma coisa espiritual a mais. Na verdade, tudo o que fazemos parte de tudo aquilo que já temos em Cristo.
Fica aqui a minha orientação a líderes, pastores e a todos os queridos irmãos da Graça: Mais cuidado. Sejam diligentes e cuidadosos em citações de pregadores ou escritores que não colocam nossos olhos na pessoa e obra de Cristo.
Referências:
[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Dallas_Willard
[2] https://www.apprising.org/…/debunking-dallas-willard…/
[3] https://dwillard.org/articles/apologetics-in-action
Boa tarde! Tudo bem?
Li seu artigo e achei interessante o ponto de vista.
Estou fazendo um estudo sobre a graça de Deus, e discordei em alguns pontos citados em seu artigo.
A graça é o favor imerecido de Deus, relacionada à esforços no sentido da nossa salvação, o que não nos livra do esforço de nos dedicarmos a Deus.
Em Romanos 6, somos ensinados a ter uma vida dedicada a Deus, pois o fato de sermos salvos pela Graça não nos livra de nos esforçarmos, nos comparando a escravos. Em Hebreus 13:9 também tem um indicador de que precisamos nos esforçar em sermos espiritualmente fortes por meio da graça de Deus. E o texto de Efésios 2:8 tem a mesma base de Romanos 3:24, que desencadeia em Romanos 6:15.
Desta forma, concordo que não há nada que possamos fazer para sermos salvos, fazendo com que isso não seja mérito nosso e sim graça de Deus, mas não nos livra de nos esforçarmos na nossa dedicação a Deus, buscando santidade e uma vida dedicada a Deus. A Fé sem obras é morta, (para realizar as obras é necessário esforço) e é também pela Fé que somos aceitos por Deus, como diz Romanos 3:22 antes de citar a graça de Deus.
Em nenhum momento na bíblia eu vejo a indicação de que, como somos salvos pela graça, não precisamos nos esforçar, porque não faria sentido a porta estreita cita por Jesus em Mateus 7:13-14. De fato existe um esforço, de fato existe uma dedicação, mas não merecemos a salvação por conta disso, porém, não exclui a necessidade de sermos dedicados.
Boa tarde! Tudo bem?
É preciso tomar cuidado na hora de formular uma reposta sem estar atento a conclusão da publicação. Leia novamente a conclusão, onde afirmo categoricamente que existe ume esforço na vida cristã – um esforço devidamente direcionado. Se trata do esforço para descansar, algo que tratarei mais no final de minha resposta.
Você diz, “A graça é o favor imerecido de Deus, relacionada à esforços no sentido da nossa salvação, o que não nos livra do esforço de nos dedicarmos a Deus.”
Isso é estranho. Parece implicar que a Graça é o favor somente para a salvação, e não para o crescimento cristão. Se é a isso que você se refere, preciso discordar com todas as forças.
A graça está relacionada a todas as facetas da vida cristã, até mesmo ao crescimento cristão – que você rotula como “devoção”.
Por exemplo, Paulo incentiva os cristãos a “continuarem na graça de Deus” (Atos 13:43). Progressivamente “crescemos na graça” (2 Pedro 3:18). A graça de Deus é a base da nossa identidade cristã: “Eu sou o que sou pela graça de Deus” (1 Coríntios 15:10).
A graça de Deus é a base de nossa posição: “esta graça em que estamos” (Romanos 5:2). A graça de Deus é a base do nosso comportamento: “na graça de Deus nos conduzimos no mundo” (2 Coríntios 1:12).
A graça de Deus é a base de todo ministério cristão: “sirvam se uns aos outros como bons mordomos da múltipla graça de Deus” (1 Pedro 4:10). A graça de Deus é a base de tudo na vida cristã.
Você disse: “Em Romanos 6, somos ensinados a ter uma vida dedicada a Deus, pois o fato de sermos salvos pela Graça não nos livra de nos esforçarmos, nos comparando a escravos.”
Se você ler Romanos 6, desde os primeiros versos, perceberá que o apóstolo Paulo enfatiza realidades já consumadas: estamos mortos para o pecado (espiritualmente) (v.1-2); fomos sepultados com Cristo (v.3-4); e o velho homem está morto (v.6). Logo, o contexto do capítulo não é, como você diz, relacionado exclusivamente a dedicação. Paulo proclama aqui uma descrição da morte do velho homem, antes mesmo de fazer qualquer comando imperativo.
O objetivo do capítulo é afirmar o seguinte: já que vocês morreram com Cristo, e está consumado tal obra, vivam como tais. Não é um esforço para efetuar alguma realidade espiritual, mas o esforço em se lembrar dessa realidade diariamente. Nas palavras de Paulo,
Da mesma forma, considerem-se mortos para o poder do pecado e vivos para Deus em Cristo Jesus. (Romanos 6:11)
Isto é, os crentes já estão mortos ESPIRITUALMENTE, e precisam apenas renovar suas mentes no Evangelho, CONSIDERANDO-SE mortos.
Não há no texto de Romanos um chamado para serem “escravos”. Na verdade, Paulo diz que eles JÁ SÃO escravos:
Graças a Deus, porque antes vocês eram escravos do pecado, mas agora obedecem de todo o coração a este ensino que lhes transmitimos. Estão livres de escravidão do pecado e se tornaram escravos da justiça. (Romanos 6:17,18)
Quando você era escravo do pecado, se esforçava para pecar? Logo, quando se tornou escravo da justiça, precisa se esforçar para andar em justiça? O esforço na vida cristã é o esforço de manter na consciência a verdade de quem já somos em Cristo.
Você disse: “Em Hebreus 13:9 também tem um indicador de que precisamos nos esforçar em sermos espiritualmente fortes por meio da graça de Deus. E o texto de Efésios 2:8 tem a mesma base de Romanos 3:24, que desencadeia em Romanos 6:15.”
Na verdade, não há nada em Hebreus 13:9 que diga isso. Vamos ver o que o texto diz:
Portanto, não se deixem atrair por ensinos novos e estranhos. A força de vocês vem da graça de Deus, e não de regras sobre alimentos, que em nada ajudam aqueles que as seguem. (Hebreus 13:9)
Percebeu? “A força de vocês vem da Graça”. A força vem do meu esforço? Vem de mim mesmo? Vem da Graça. Qual é o meu papel então? Simplesmente permanecer na Graça, que é exatamente o que estou dizendo aqui. A sua afirmação “precisamos nos esforçar em sermos espiritualmente fortes por meio da graça de Deus” é por sua conta, já que não há nada no verso que transmita isso. Na verdade, você diz que precisamos nos esforçar, mas o autor de Hebreus apenas diz que a nossa força vem da Graça. Pelo jeito, ele está dizendo o OPOSTO do que você diz.
As suas últimas citações de Efésios e Romanos simplesmente não fazem sentido.
Você diz: “Desta forma, concordo que não há nada que possamos fazer para sermos salvos, fazendo com que isso não seja mérito nosso e sim graça de Deus, mas não nos livra de nos esforçarmos na nossa dedicação a Deus, buscando santidade e uma vida dedicada a Deus.”
Aqui você cria uma bifurcação na Graça, como se ela fosse necessária para a salvação, mas contingente para a vida cristã diária. Eu, pelo contrário, creio que a mesma Graça que me salva é a graça que me transforma. Existe uma dicotomia nociva nos círculos mais tradicionais da igreja, onde a justificação é separada da santificação, sendo a justificação pela Graça, e a santificação pelas obras (ou uma mistura de obras e graça). Paulo já havia alertado sobre isso:
Ó gálatas insensatos! Quem os enfeitiçou? Jesus Cristo não lhes foi explicado tão claramente como se tivessem visto com os próprios olhos a morte dele na cruz? Deixem-me perguntar apenas uma coisa: vocês receberam o Espírito porque obedeceram à lei ou porque creram na mensagem que ouviram? Será que perderam o juízo? Tendo começado no Espírito, por que agora procuram tornar-se perfeitos por seus próprios esforços? (Gálatas 3:1-3)
Os irmãos da galácia aceitaram a justificação sola fide, mas estavam agora, retornando a Lei na questão da santificação, da vida cristã prática. Por isso, no verso 3 Paulo diz “Tendo começado no Espírito, por que agora procuram tornar-se perfeitos por seus próprios esforços” (v.3). Em outras palavras, fomos salvos pelo Espírito e somos aperfeiçoados pelo espírito. É por esse motivo que, na questão prática de Gálatas 5, Paulo não direciona seus leitores ao esforço, mas ao “andar no Espírito”.
Você disse: “A Fé sem obras é morta, (para realizar as obras é necessário esforço) e é também pela Fé que somos aceitos por Deus, como diz Romanos 3:22 antes de citar a graça de Deus.”
A primeira frase pode se tornar problemática, anulando tudo o que você acabou de mencionar. Se a “fé sem obras é morta” significa que no exercício de fé para a salvação, eu preciso praticar boas obras, logo, as boas obras estão relacionadas a salvação pela fé? Se sim, como isso não anula a salvação pela graça que você disse enfaticamente defender?
Você disse: “Em nenhum momento na bíblia eu vejo a indicação de que, como somos salvos pela graça, não precisamos nos esforçar, porque não faria sentido a porta estreita cita por Jesus em Mateus 7:13-14. De fato, existe um esforço, de fato existe uma dedicação, mas não merecemos a salvação por conta disso, porém, não exclui a necessidade de sermos dedicados.”
A parte “Em nenhum momento na bíblia eu vejo a indicação de que, como somos salvos pela graça, não precisamos nos esforçar”. Isso seria um argumento do silencio? É problemático trabalhar com o que a Bíblia não diz. Prefiro tratar do que ela diz, e ela diz, expressamente, que a vida cristã não parte do nosso esforço em efetuar alguma forma de espiritualidade, mas do descanso naquilo que já recebemos em Cristo.
Sobre Mateus 7:13-14: O texto trata de salvação. Seria salvação por obras? A não ser que você acredite que o texto não trata da salvação.
Concordo que existe um esforço na vida cristã, mas é o esforço que Lutero expressou: “avançar é sempre voltar ao início”. Ou seja, o esforço na vida cristã é o esforço para se lembrar diariamente das verdades do evangelho.
Explico e defendo melhor isso no seguinte texto: https://vidatrocada.com/luciano-subira-graca-transformadora-ou-graca-transformada/
O escrito Matheus Almeida, aqui do blog, também trata disso: https://vidatrocada.com/luciano-subira-a-respeito-de-esforco-e-dedicacao/
Saudações cristãs, meu amigo.
Fiquei muito curioso ao ler o seu texto.
Bem, não podemos falar que é por nossas proprias obras que seremos salvos, mas somente a fé é necessária para sermos justificados: Romanos 4:5 ARA [5] Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.
Não precisamos fazer obras para recebermos a Cristo. Somente precisamos abrir a porta para ele entrar, ele não força ninguém. A justificação vem mediante a confiar na promessa de Deus descrita em 1 Jo 1:9.
A frase em questão “A Graça não é o oposto do esforço, mas sim do mérito”, não diverge do princípio Bíblico na coparticipação entre o homem e Deus. Deus tem uma parte e o homem tem uma parte, em especial na Santificação. O próprio apóstolo Paulo diz que: Filipenses 2:12-13ARC
[12] (…) operai a vossa própria salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
Por que Paulo iria falar para operarmos a nossa própria salvação com temor e tremor, se só a Graça é necessaria eem esforço humano para vencer? Essa enfatizacao, ao que esta nas palavras “temor e tremor”, nao esta soltas no texto pra falar que não é nada, certo? Obviamente precisa tanto da participação do homem quanto de Deus. Se o homem não se esforça pra fazer a vontade de Deus, a graça não adianta de nada. O poder é vão…
Se formos levar na perspectiva da Santificação, essa frase de Dallas faz muito sentido. Na hora da tentação devemos ou não nos esforçarmos para fugir dela? Com certeza devemos nos esforçar! Obviamente, é impossível escapar sem o poder de Deus. É impossível vencer o pecado sem o poder da graça e sem a fé. Mas tudo isso não anula o nosso esforço para com a tentação.
Devemos resistir a tentação e isso deve acontecer. É uma luta da carne contra o espírito. Há um esforço nosso unido com o poder da graça para vencer. Isso é evidente quando Paulo fala sobre não cair após pregar em 1Coríntios 9:27 ARA: [27] *Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão*, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.
A expressão de Paulo ao falar “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão”, é uma clara alusão ao esforço que ele tem que fazer pra não cair. Quando ele se esforça e vence o pecado ele tem méritos? Não, pois o Poder que fez ele vencer foi de Deus, nao do seu próprio esforço. Mas o Poder de Deus não anulou o esforço que Paulo tinha que fazer.
Digamos que tive problemas com a gula ou tenha um problema de comer coisas apetitosas que me fazem mal… Porém em um almoço com a família apareceu essa comida na minha frente e estou tentado em comê-la. Aí eu penso: “O poder da graça está comigo e não vou me esforçar para nao efetivamente comer essa comida. Eu nao preciso me esforçar para nao concretizar a ação em si”. E ai? Não é evidente que vc tem que se esforçar pra não comer a comida? Claro que você deve se esforçar. A escolha é minha, e o Poder é de Deus. Por que eu tenho que me esforçar contra a tentação? Pq aquela situação iria resultar o que diz em Isaías 59, ao que é que o texto diz, ”as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus.” Eu preciso me esforçar pra que? Pra ficar junto de Deus. E pra que? Pra não pecar. Me esforçar pra não pecar. Não é só ter o poder da graça e ficar esperando que um poder “mágico” apodere-se de nós, nao lembrando que a carne milita contra o espírito constantemente, antes e depois do Novo nascimento. Se Deus agir e eu não me esforçar de nada vale.
E em diversas passagens bíblicas da o conceito do esforço humano para cooperar com Deus, além daquele texto Paulino que citei. Outro texto que é bastante evidente está descrito nessas passagens:
Hebreus 12:4 ARA
[4] Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue
1Coríntios 6:18 ARA
[18] FUGI da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. [20] Porque fostes comprados por preço. AGORA, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.
1Coríntios 10:14 ARA
[14] Portanto, meus amados, fugi da idolatria.
São expressões fortíssimas que estão implícitas a ideia do esforço humano. A concretização da vitória é poder de quem? De Deus. O esforço é de quem? Nosso. Temos algum mérito na vitória? Não, pq só o nosso esforço, sem se quer o poder da fé nas promessas de Deus, na Graça, não podemos conseguir. Se a gente nao tem fé e reivindica as promessas, não podemos ser coparticipantes da natureza divina.
Se puder contribuir, agradeço, pois ninguém se forma na Escola de Cristo. A Graça e Paz de Cristo, amigo.