MENU
“A Graça não é uma Pessoa!” – Uma resposta ao Pr. Anderson Silva
Em um vídeo, o pastor Anderson Silva se posiciona contra o ensino de que a Graça é uma Pessoa, de que a Graça é Jesus. Ele afirma, “a Graça não é uma Pessoa, a Graça não é Jesus, a Graça é um favor de Deus, é um atributo do seu caráter estendido a nós”.[1]
Ele ainda diz, “João disse o Filho de Deus se manifestou cheio de Graça e verdade. João não disse se manifesta a Graça em uma pessoa”
Anderson Silva tenta basear seu ponto de que a Graça não é Jesus a partir de João 1:14, onde João diz, “Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1:14)
De acordo com Anderson, João não diz que a Graça se manifestou em uma pessoa. Para ele, João precisa descrever as coisas exatamente da forma que ele quer. Essa é uma forma muito rasa e singela de pensar sobre como os escritores bíblicos falam das doutrinas do Evangelho. Da mesma forma que João não diz “a Graça se manifestou em Jesus” (exatamente nessas palavras), ele também não diz que a Graça é um favor de Deus ou que a Graça é um atributo divino (que é o que o Pr. Anderson Silva defende). Logo, seguindo a lógica de Anderson, devemos abandonar essas crenças típicas a respeito da Graça de Deus.
Somente nesse texto de João 1:14, podemos extrair inúmeras refutações sobre a perspectiva de Anderson, porém, quero me focar em apenas uma.
Para o pastor Anderson Silva o texto de João 1:14 ao afirmar que Jesus está cheio de Graça e verdade prova que a Graça não é Jesus. Isso é verdade? Claramente não.
Na verdade, é o oposto. No Livro Nada Além do Sangue eu argumento contra essa interpretação do Pr. Anderson:
“Jesus possuir graça não o torna apenas um mero recipiente dela. Ele é composto do que Ele é. O que Ele tem, em cada parte de seu ser é graça e isso o torna em essência, graça. Cristo é cheio da essência do ser de Deus, cada parte do seu ser está cheio da essência de Deus. Isso o torna, em essência, Deus.” [2]
Portanto, Cristo é a “plenitude da divindade” (Colossenses 2:9). Logo, Cristo é divino. Da mesma forma, a plenitude (tudo do ser de Cristo) é graça (João 1:14,16). Logo, Jesus é totalmente Graça, a Graça é Jesus.
O que Anderson não entende é que na Teologia Joaniana (do Apostolo João) Cristo não é identificado como aquele que despeja certos dons ou qualidades (graça, verdade, justiça e etc), mas que Jesus é, Ele mesmo, os dons e as qualidades descritas. Por esse motivo, João não vai dizer que Jesus tem a verdade, mas que Ele é a verdade (João 14:6)
No final do pequeno vídeo, Anderson afirma, “a Graça de Deus não começou no Novo Testamento, a Graça de Deus não começou na Cruz. A Graça de Deus começou antes que ele fundasse o mundo”
Primeiro, como o pastor Herso Meus aponta, é claro que a Graça não começou no NT, pois se trata do próprio Deus (1 Pedro 5:10), do próprio Cristo.
Segundo, a última afirmação de Anderson contradiz diretamente tudo o que ele afirmou no início. Para ele, a Graça “começou antes que Deus fundasse o mundo”. É exatamente nessas palavras que ele quer descrever a Graça de Deus? Se a Graça de Deus é um atributo, e ela “começou” em algum momento antes da fundação do mundo, então antes desse período ela não existia? Isso significa que Deus nem sempre teve esse atributo, que “começou” em algum tempo? Essa é uma perspectiva muito problemática.
Por último, o escritor Daniel Moreira Filho observa corretamente outra contradição de Anderson. Daniel levanta a seguinte questão: Se a Graça é meramente uma obra de Deus quer dizer que antes da fundação do mundo, Deus não era Graça? Se a Graça é só um favor de Deus então a Graça só tem um início quando Deus faz algo, logo, a Graça não existia antes da fundação do mundo, pois Deus ainda não tinha realizado nenhuma “obra de favor”.
Concluindo, Anderson Silva é apenas mais um desconhecido nas realidades do Evangelho da Graça. É muito fácil mostrar os seus equívocos: basta se aprofundar na mensagem da Graça que Anderson tanto crítica.
Referencias:
Hurruuuu….
Amém meu querido! 🙂
A verdade que liberta continuará desconhecida de todos que não aceitam a morte da velha criatura. A concepção equivocada do caro pastor é um exemplo claro disso.
Exatamente irmã!