Hiper Graça é Universalismo? Mentiras sobre a Graça

A “hiper graça” já tem sido discutida e trabalhada aqui no blog. Destacamos que a hiper graça na verdade é “hiper Cristo” e indicamos os seus pregadores mais conhecidos. A mensagem da hiper graça está no centro de constantes ataques, críticas e mentiras. Grande parte dessa revolta cristã desconhece o que de fato estão criticando. Muitos até, em grande ignorancia, afirmarm que a mensagem da Hiper Graça é “Universalismo” (sem qualquer base ou fundamento). Por isso, eu gostaria de me posicionar a respeito e mostrar algumas mentiras a respeito da “mensagem da hiper graça”. Nesse texto trabalharei 5 dessas mentiras.

1: Hiper graça É uma mensagem que dá liberdade ao pecado

Estão dizendo que a hiper graça é um ensino que dá legalidade ao pecado. Os que proclamam isso possuem alguma referência de um pregador ou escritor da hiper graça a respeito disso? Não. É apenas uma crítica vaga, uma conclusão sem qualquer base, é apenas mais uma das mentiras sobre a hiper graça.

Grande parte dessa crítica é construída sob a ideia de que damos legalidade ao pecado porque não focamos ou falamos dele em nossos ensinos. E precisa falar? Minha boca proclama do que meu coração está cheio: a Plenitude de Cristo (João 1:16).

O pecado precisa ser tratado através do ângulo da cruz, onde obteve a sua total destruição (Hebreus 9:26). Agora, somos chamados a proclamar a mensagem da Nova Aliança, onde a pregação não possui resquícios de condenação, mas proclama a justificação pela fé em Cristo (2 Coríntios 3:7-10). Fomos feitos “capazes de ser ministros do Novo Testamento” (3:6), para proclamar a Obra perfeita de Cristo. Segundo esse texto, a nossa homilética (pregação) precisa estar centrada em Cristo e em Sua Obra, não em nossas obras de esforço ou em nossos pecados:

  • Temos confiança em Cristo (3:4);
  • A nossa suficiência vem de Deus (3:5);
  • Ele nos fez capazes (não nós mesmos) (3:6);
  • Somos ministros não de um ministério que condena, que cita leis e regras, mas que anuncia as boas novas de que a justiça de Deus foi imputada em nosso espírito pela Graça (3:7-10);
  • Apenas a proclamação dessas verdades pode, verdadeiramente, nos levar a uma transformação (3:18).

O Dr. Silva escreveu algo interessante:

A mensagem não é que Deus não encontra um problema com o pecado, é que ele encontrou um problema tão ENORME com o pecado que enviou seu Filho para destruí-lo e removê-lo de nossas vidas para sempre.

Não tratamos do pecado por meio do escopo da condenação e da culpa. Tratamos do pecado através do âmbito da Cruz, onde todos os nossos pecados foram perdoados. Da mesma forma, quando lidamos com o pecado particular na Igreja, procuramos direcionar os olhos de quem pecou para Jesus e sua Obra. Dizemos, “essa não é a sua identidade, você é santo e justo!”

2: É modismo

A mensagem da graça é algo moderno, é puro modismo”

Sinceramente, eu não sei qual a relevância disso para algo ser verdadeiro ou não. A mensagem da plenitude da graça é um ensino que tem sido descoberto. Não é uma “invenção”, mas uma descoberta.

No entanto, preciso destacar que inúmeros teólogos, escolas de pensamento e perspectivas teológicas defenderam diversos ensinos propagadas pelos proponentes da hiper graça nos dias de hoje.

A visão de que vivemos em santidade quando mergulhamos nas realidades da justificação é um ensino defendido por uma parte da Teologia Luterana. Gerhard Ford – teólogo luterano – dedicou livros e artigos a respeito disso. Os teólogos holandeses C.G Berkouwer e Herman Bavinck defenderam o mesmo. Se tratando da perspectiva de uma graça livre recebida por uma fé simples, temos os inúmeros teólogos da Teologia Free Grace, destaco aqui o Dr. Charles Ryrie e o Teólogo Zane C. Hodges. A teologia Exchanged Life – Vida Trocada (Sim, o nome do Blog!) – obteve grande influência sobre os ministros da hiper graça.  Escritores e teólogos como Andrew Murray, Hudson Taylor, Martyn Lloyd-Jones, Watchman Nee, Major Iam Thomas e outros. Mais recentemente teólogos da teologia Neo-Ortodoxa como T.F Torrance e Karl Barth também produziram materiais que se assemelham completamente com aquilo que os proponentes da hiper graça ensinam.

3: Hiper graça não ensina o arrependimento

Essa é uma das maiores mentiras propagadas pelos críticos, sobre a hiper graça. Na verdade, não ensinamos o conceito de arrependimento divulgado pela mentalidade religiosa. Arrependimento não é uma mera mudança de comportamentos, remorso ou uma introspecção vestida com “piedade”. Arrependimento é uma mudança de mente (Gr. Metanoia). Todo comportamento advém de sentimentos e emoções, que surgem dos pensamentos. Uma mudança de pensamento é o centro do arrependimento. Somos chamados a mudar nossos pensamentos em relação a Cristo e crer em Sua Obra.

O Dr. Curtis Hutson trabalhou uma argumentação sobre isso:

João, capítulo 3, contém o coração do Evangelho… Jesus disse a Nicodemos: “É necessário que nasçais de novo” (v. 7). No versículo 9, Nicodemos pergunta: “Como podem ser essas coisas?” E Jesus deu a resposta nos versículos 14 a 16: “Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado: Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. amou o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna ”… Em nenhum lugar deste capítulo Jesus usa a palavra “arrepender-se”. Ele apenas disse a Nicodemos para acreditar Nele. No versículo 18 Ele disse: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” E Ele encerra a conversa no versículo 36 dizendo: “Quem crê no Filho tem a vida eterna; e quem não crê no Filho não verá a vida; mas a ira de Deus permanece sobre ele.”

“Acreditar” nestes versículos significa confiar, depender de, confiar em. Nada poderia ser mais claro. Tudo o que uma pessoa precisa fazer para ter vida eterna é confiar em Jesus Cristo. Jesus já morreu pelo pecador e tudo o que precisamos fazer é depender Dele para a salvação. Mas Ele avisa no versículo 36: “Quem não crê no Filho [não depende do Filho] não verá a vida; mas a ira de Deus permanece sobre ele.”Visto que Jesus não usou a palavra “arrepender-se” ao dizer a Nicodemos como nascer de novo, devemos chegar a uma das três conclusões. Primeiro, o arrependimento não é necessário para a salvação; segundo, o arrependimento é necessário para a salvação e Jesus não disse a Nicodemos como ser salvo; terceiro, o arrependimento é necessário para a salvação e está incluído na palavra “crer”, que Jesus usou várias vezes neste capítulo. A conclusão correta, claro, é que o arrependimento é necessário para a salvação e está incluído em “crer”. Um homem não pode confiar em Cristo sem se arrepender.

4: Deixa as pessoas preguiçosas

A grande parte dos cristãos está imersa em uma teologia do “fazer”. Tudo na vida cristã, para esses irmãos, se trata de trabalhar e crescer em práticas. A vida cristã não se trata de “fazer”, mas de “ser” – Amado, Aceito, Filho. O foco do Evangelho é a mensagem de que em Cristo possuímos uma Nova Identidade. Agora, somos chamados a viver a realidade dessa identidade em nossa vida diária. Somos filhos, amados, santos, justos, perfeitos, agradáveis e aceitos. Só é preciso deixar todas essas realidades se tornarem realidades práticas, e isso não é feito através de grandes esforços, mas pela fé.  “O justo viverá pela fé” (Romanos 1:16-17). O justo vai viver e expressar a realidade de sua justiça pela fé.

Alguns podem afirmar que isso (a mensagem da graça) torna o homem passivo. Na verdade, isso torna a graça ativa, dinâmica. O homem não é passivo, mas receptivo à dinâmica da graça de Jesus Cristo. A receptividade do homem é um ato de fé constante na graça de Deus: “o justo viverá pela fé” (Romanos 1:17). (Nada Além do Sangue – Capítulo 3)

Na Graça, não somos passivos, mas receptivos ao caráter de Deus. A medida em que crescemos no conhecimento do Evangelho, permitimos que Cristo se manifeste através de nós!

5: Ensina o universalismo

Universalismo defende que devido Jesus ter realizado um sacrifício por todos, todos no final serão salvos. É óbvio que se você acompanha o blog e leu o texto até aqui, já percebeu que essa é uma grande mentira! Nenhum pregador, escritor e proponente da Hiper graça defende alguma espécie de universalismo.  Você não ouvirá isso nas ministrações do Joseph Prince e nem lerá isso nos livros do Andrew Farley. Com certeza essa é uma das mentiras mais incoerentes contra a hiper graça.

A Hiper Graça não ensina o Universalismo e não existe qualquer base para afirmar o contrário. Na verdade, poderiamos citar inúmeras afirmações de pastores da Hiper Graça que se opõem COMPLETAMENTE ao universalismo. Veja o que o pastor Joseph Prince afirma:

Para ser salvo, você precisa confessar com a sua boca que Jesus é o seu Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dos mortos. Assim sendo, qualquer pessoa que lhe diga que o pecado de todos está automaticamente perdoado, e que você não precisa receberJesus como seu Senhor e Salvador para ser salvo, está biblicamente errada. Esses ensinamentos são heréticos e são mentiras que vêm das profundezas do inferno. Não há salvação sem Jesus Cristo. Não há certeza de que todos os nossos pecados foram perdoados sem a ressurreição de Jesus.

(Joseph Prince, Revolução da Graça, pág. 58)

Se deseja saber mais sobre a Hiper Graça, conheçe o livro “Hiper Graça: O que Realmente Defendemos“, um tratado completo sobre o ensino HG!

Eliezer Oliveira
Eliezer Oliveira

Tenho 25 anos e sou diretor do Blog Vida Trocada, autor dos livros E Ele nos tornou Santos, Nada Além do Sangue (Livro Publicado) e Hiper Graça: O Que Realmente Defendemos (Livro Publicado). Também sou coautor do livro Interpretando a Escritura. Sou professor do curso Universidade da Graça, Vida na Graça e Teologia com Graça, e também atuo como Escritor Fantasma para alguns ministérios. Atualmente estou cursando Teologia (ESTÁCIO), sou casado com uma escritora maravilhosa, amante da leitura e de um bom café.

7 comentários

  1. Olá sou pastor Batista e prego graça sobre graça desde 2010.

    Ouço o pastor Prince desde 2015.

    Cada vez mais apaixonado pelos seus ensinos.

    Abraço!

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