Victor Azevedo heresia? A verdade – Parte 2

Neste texto, pretendemos abordar alguns rótulos e críticas feitas ao Victor Azevedo. Segundo muitos irmãos, Victor Azevedo tem pregado heresia, isso é verdade? Pensando nisso, quatro escritores do blog se reuniram para analisar as críticas e ponderar sobre cada tópico que tem sido levantado para criticar o jovem pastor.

Coach gospel?

Victor Azevedo tem sido acusado de ser um “pregador coach”. Segundo alguns irmãos, Victor tem trazido conteúdo coaching para muitas de suas mensagens. Dessa forma, o Evangelho anunciado por Victor Azevedo seria baseado em uma heresia e estaria fora dos padrões bíblicos.

Coaching é uma metodologia que surgiu no meio industrial e financeiro que pretende levar pessoas a um crescimento individual em sua carreira. O Coach é o profissional que atua no desenvolvimento de habilidades humanas e procura levar pessoas aos seus objetivos através de um crescimento e especialização individual.

Tudo que envolve o coaching é definido em termos de crescimento individual, trabalhos e autorrealização. Aquele que procura um coach deseja “aprimorar suas habilidades” e chegar a um certo objetivo. Tudo é medido em termos de crescimento ou inutilidade. As pessoas são vistas nesses termos empresariais.

O que o Victor tem a ver com tudo isso? Victor aponta para Cristo em suas pregações. Para ele, Cristo é suficiente em nossa identidade, santidade, salvação e significado. Ora, isso não é o oposto de qualquer discurso coach que coloca a preparação do homem como o meio para chegar a algum objetivo? Victor coloca Cristo como a suficiência, e não a capacidade humana. Enquanto um coach destaca as habilidades pessoais como a fonte de nossa identidade e utilidade, Victor centraliza Cristo como a suficiência de toda a nossa identidade. Para Victor, Cristo é a base de toda a nossa relação com Deus e com tudo que há em volta, e isso é oposto a qualquer discurso coach que destaca os méritos e esforços humanos colocando o homem como um ser autossuficiente.

Pregação humanista?

Nesses últimos dias, os pregadores da Graça têm sido constantemente acusados de muitas coisas. Victor Azevedo, talvez pela relevância que já possui nas redes e mídias sociais, é o principal alvo das condenações. Uma das críticas mais repetidas sobre o Victor, é de que ele estaria pregando o que chamam de “humanismo“. Será que tais críticos estão corretos nessa constatação?

Segundo o dicionário Aurélio, “Humanismo é a designação das doutrinas que afirmam estar o homem, e a condição humana, acima de todas as coisas”. Logo, no humanismo, o centro de tudo é o ser humano, sua condição e, portanto, seus feitos.

Tá, mas o que o Victor tem pregado?

O jovem pastor tem se dedicado a falar em cada uma de suas pregações sobre a Obra Consumada de Cristo. O que é isso? Nada mais, nada menos que o Sacrifício perfeito dEle na Cruz. Victor está constantemente declarando que só há salvação, santificação, justificação e perdão dos pecados graças a Cristo Jesus, e que somente por meio de Seu sacrifício, temos Paz com Deus. O que nossas obras jamais puderam fazer, devido às debilidades de nossa antiga natureza, a Obra de Cristo o fez de uma vez por todas, anulando qualquer mérito que pudéssemos ter na conquista de nossa salvação e demais coisas. E é exatamente o que Paulo também afirma (Efésios 2:8-9; Colossenses 1:19-20). Com base nisso, como podem afirmar que Victor Azevedo tem pregado uma heresia?

A mensagem da Cruz, tão pregada pelo Victor, é a declaração da suficiência do sangue de Cristo (Gálatas 5:11, 6:12). Jamais terá a ver com qualquer esforço ou conquista humana, mas sim com os de Cristo. Jamais evidenciará a condição imperfeita do ser humano, mas sim a condição do Cristo sem defeitos (e está em nós). Jamais possuirá conceitos humanistas, visto que Cristo é o centro da pregação.

O fato de Deus ter proporcionado tal sacrifício por amor de nós, não torna a pregação da cruz em “humanismo”, mas sim em “boas notícias” (evangelho!). Se as boas notícias declarassem que Deus está irado conosco pelas nossas más obras, ignorando o sacrifício de seu próprio Filho, elas seriam termologicamente incoesas e, conceitualmente, humanistas, já que nossas obras definiriam o sentimento de Deus por nós.

Entendam, irmãos, que Deus ama por vontade própria. O amor de Deus não pode ser condicionado ao nosso mérito ou demérito, Ele simplesmente ama e expôs a exuberante e infinitude essência desse Amor na Cruz. Essa era a pregação dos Apóstolos, assim como é a do Victor e de todos nós que divulgamos a mensagem da Graça de Deus. O humanismo estará sempre distante de nossas ministrações enquanto continuarmos a declarar que Jesus é suficiente! Afirmar que isso que o Victor Azevedo tem pregado é heresia, é afirmar que uma mensagem cristocêntrica é uma heresia.

 

Tomar a cruz?

Victor Azevedo defende uma heresia quando fala que não devemos tomar a cruz? Será que é razoável afirmar que não se deve negar a si mesmo e tomar sua cruz? Estaríamos indo contra as palavras de Jesus? Vamos verificar isso agora.

“Chamando a si a multidão com seus discípulos, disse-lhes: se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”- Marcos 8:34

Inicialmente, é importante frisar que o público não era cristão. Não só a multidão, mas os discípulos também não eram nascidos de novo. Jesus não havia derramado ainda o sangue da Nova Aliança. Ainda não tinha tomado o nosso lugar na cruz. Seria estranho Jesus dizer que ainda precisamos de outra cruz além daquela que Ele carregou. Também soaria desnecessário mandar alguém que já negou a si mesmo, recebendo a Natureza de Cristo, continuar se negando.

Mas afinal, o que Jesus estava falando? Jesus diz que se alguém (daqueles que estavam ali) quisesse o seguir deveria negar a si mesmo e tomar a própria cruz. Ora, algum deles quis seguir Jesus no caminho que Ele estava para fazer? Acho que você deve ter lembrado de Pedro.

“Disse-lhe Pedro: Senhor, estou pronto a ir contigo não só para a prisão, mas também para a morte.”-Lucas 22:33

A resposta de Jesus, você deve lembrar. Ele avisa Pedro que na verdade ele negaria Jesus três vezes. Pedro tinha a melhor das intenções. Queria largar tudo para ir até a morte com Jesus. Ele ia tentar negar a própria natureza dele. Mas ao invés disso, Pedro não conseguiu negar a si mesmo e acabou negando Jesus diante dos homens.Jesus sabia bem que ninguém poderia por si mesmo se salvar ou ajudá-lo na Obra de Salvação. O trabalho era todo do Cordeiro de Deus. Seu convite era para mostrar que ninguém na humanidade queria e poderia passar pelo que Ele iria passar. Não havia um santo sequer para fazer a purificação dos pecados. Ainda que tentassem acertar, todos acabavam falhando, como foi com Pedro. Somente Cristo era o Salvador e somente Ele tomou a cruz, e foi no lugar de todos nós.

Agora que Ele nos regenerou, dando-nos Sua própria Natureza, temos uma identidade definida. Somos a Justiça de Deus. Somos santos e justos porque temos a Natureza dEle. Como Ele é, somos nós neste mundo. Qualquer definição sobre nós que vá de encontro com a Justiça de Deus está contrariando também a Natureza de Cristo. Ninguém ousaria dizer que a natureza pecaminosa tem mais poder do que a Nova Natureza, então por que usar definições sobre nós que não cabem aos nascidos de Cristo?  Não faz sentido!

Quando dizemos que precisamos negar a nós mesmos, estamos dizendo para negarmos nossa Nova Natureza ou avaliando que nossa natureza atual é a pecaminosa? Porque se a nossa natureza fosse a pecaminosa, seríamos como Pedro e não conseguiríamos mesmo com muito esforço. E se a nossa Natureza for a de Cristo, não tem porquê negá-la.

E o pecado?

“Você só fala da graça e não de pecado!” É o que muitos dizem, mas isso não é verdade. A verdade é que não damos mais poder ao pecado que a obra de Cristo.

Em Romanos 6:2 Paulo afirma que para com o pecado é como se estivéssemos mortos, no versículo 3 ele ainda diz que somos um com Cristo, e no 4 do mesmo capítulo ele ainda diz que foi nos dado uma nova vida para desfrutar.

Sabendo de tudo que foi mencionado do capítulo 6 de Romanos, podemos ter a certeza que aquele que está em Cristo não está no pecado e a resposta para a “acusação” você só fala da graça e não de pecado, além dos textos mencionados é: Pregamos sobre o pecado como Paulo pregava!

Em cristo não vivemos temerosos pela consequência do pecado, mas se já morremos com Cristo partilhamos da sua vida (Romanos 6:8).

Eliezer Oliveira
Eliezer Oliveira

Tenho 25 anos e sou diretor do Blog Vida Trocada, autor dos livros E Ele nos tornou Santos, Nada Além do Sangue (Livro Publicado) e Hiper Graça: O Que Realmente Defendemos (Livro Publicado). Também sou coautor do livro Interpretando a Escritura. Sou professor do curso Universidade da Graça, Vida na Graça e Teologia com Graça, e também atuo como Escritor Fantasma para alguns ministérios. Atualmente estou cursando Teologia (ESTÁCIO), sou casado com uma escritora maravilhosa, amante da leitura e de um bom café.

3 comentários

  1. Mas então, sobre tomar a cruz e tal, anulando isso, na minha humilde opinião, você está anulando tudo o que houve antes da crucificação. Sendo isso uma verdade sua, devo rasgar o velho testamento e ficar com o novo, só após a crucificação? Se a resposta for não, por que pegar só o que quero e é importante para mim, da “parte velha” ?

    • Acredito que você leu incorretamente a interpretação do Lucas. Ele não está anulando, mas interpretando corretamente esse evento. Tomar a cruz não é o ato de abnegação. Tomar a cruz é ser crucificado com Cristo, algo que aconteceu com todos o crentes. Por isso, nas epístolas, Paulo NUNCA chama seus ouvintes para tomar a cruz, mas para reconhecerem que foram CRUCIFICADOS com Cristo.

      Isso não tem nada haver com jogar fora os Evangelhos ou o AT, se trata de interpretar bem os tempos e os contextos da Escritura. Nós não ignoramos o AT, mas o INTERPRETAMOS a luz de Jesus e de sua obra.

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