Graça é Cristo! Graça é uma pessoa – H.R Mackintosh

A Graça é Cristo

Mackintosh era um teólogo escocês e ministro da paróquia que serviu como Moderador da Assembléia Geral da Igreja da Escócia em 1932. Eu estava lendo recentemente o seu livro Teologia moderna: De Shleiermacher a Bultmann, especificamente nas páginas que tratam dos trabalhos de Karl Barth – a parte que me interessava no livro. Me deparei com declarações ousadas e verdadeiras de Mackintosh a respeito da graça ser uma pessoa. Para ele, Graça é Cristo.

Atualmente, quando declaramos que a graça não é um objeto que Deus dá a parte de si mesmo, ou uma substância do caráter dEle, mas a própria Pessoa de Jesus Cristo, somos fortemente atacados, nos tornamos “hereges”. Mackintosh, na década de 30, defendia o mesmo. Vejamos a clareza dos seus pensamentos:

“Só a Encarnação é Revelação em seu sentido estrito. A revelação de Deus é descer a profundidade de nosso estado e se encontrar conosco como um homem entre homens, com toda a distancia e a proximidade da forma humana. A verdadeira humanidade de Jesus Cristo é um aspecto da revelação; o outro é (já que Cristo é a graça de Deus) a plenitude de sua divindade”

“Uma vez que recebemos a revelação de Deus em Cristo Jesus, como pura graça, nos é impossível imaginar que haja em outra parte uma revelação direta de Deus ou uma revelação indireta distinta da que se encontra em Jesus Cristo.”

O que Mackintosh tem em mente no contexto dessas palavras é a questão da revelação de Deus para o homem. Isto é, como Deus se revela verdadeiramente para o homem? A revelação está em Cristo. Mackintosh cita o teólogo Chalmers afirmando que, “fora de Cristo, vejo que não tenho compreensão alguma de Deus”. Ele ainda argumenta que “não existe revelação verdadeira que não seja a manifestação da graça divina para conosco, para comigo…”. Para ele, a revelação de Deus ao homem é a manifestação da graça, é nela que verdadeiramente conhecemos Deus plenamente, e essa graça, não é uma substância ou uma parte do Ser de Deus, mas a própria e total essência do seu Ser.

Trabalhando a questão da revelação e a personificação da graça, o teólogo discute quais foram os momentos da vida de Jesus – suas ações e palavras – que manifestam ou indicam a essência de Deus. Sobre isso, ele descreve:

É impossível supor que quando o quarto evangelista escrevia: “Habitou entre vós, cheio de graça e verdade, e vimos a sua gloria” se referia precisamente ao que Jesus havia falado e feito perante os homens? Foi o comportamento de Jesus diante da mulher pecadora apenas um sinal da misericórdia do Pai, ou sua verdadeira revelação?

A Graça é pessoal, é Cristo. Essa verdade não é apenas proclamada pelos pregadores da “hiper graça”, mas por inúmeros teólogos dos séculos passados. Entender que a graça é a essência de Deus nos faz compreender as verdades sobre a revelação de Deus ao homem, e isso corresponde ao centro da mensagem do Evangelho.

Esse Livro é um tratado profundo sobre a Suficiência de Jesus e de Sua Obra!