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“O Altar é Santo, tenha cuidado” – Altar na Nova Aliança
O altar em igrejas pentecostais
Quando eu era pentecostal-legalista (com esse termo estou assumindo que nem todos os pentecostais são legalistas), ouvi inúmeras vezes a afirmação de que o “altar é santo”. O altar se tratava do “púlpito” ou, falando de forma irônica, do espaçamento específico atrás do púlpito. Para esclarecer também, o púlpito é aquela plataforma elevada, onde o locutor ou pregador fica. Por vezes, tal área era mais elevada do que o resto do prédio da Igreja – não para os irmãos conseguirem enxergar quem estava lá em cima, mas para criar um senso de “superioridade”.
Desta forma, atrás de tal púlpito, havia uma exigência de “santidade“. Só poderiam ficar atrás do altar aqueles que cumprissem os requisitos exigidos. Cada igreja pentecostal estabelecia suas próprias exigências e regras. Porém, existe uma unanimidade nessas regras. Para “subir no altar”, é preciso: ser batizado, não estar “em pecado”; para homens, era proibido usar bermudas, ou fazer algum esporte, ou beber aquele vinho tinto (de preferência seco, por favor); para mulheres, é proibido usar maquiagens, brincos ou pintar o cabelo; também era proibido aos homens subir ao altar se não estivesse de terno, e as mulheres se não estivessem de saia! Se alguém recebesse uma “oportunidade”, e estivesse fora de tais requisitos, ficaria na frente do altar e não atrás – trazendo apenas vergonha e humilhação diante da Igreja.
O argumento por trás de tudo isso é que o “altar é santo”. Logo, de uma forma automática, se pressupõe que todas as coisas proibidas são erradas e contaminam o “altar”. Para ameaçar a Igreja, a não subir no altar se estivessem em alguma espécie de pecado, o pastor citava exemplos do AT onde alguns Sacerdotes morriam no altar, após participarem de forma errada. Muitos citavam o exemplo de Nadabe e Abiú (Ver Levítico 10).
Ironicamente, os pastores que citam esse exemplo estão usando terno, e não a roupa sacerdotal; trazem a Bíblia para o púlpito e não um bode ou uma ovelha. Se os exemplos de Nadabe e Abiú possibilitam manipular a igreja, então por que esses pastores não colocam todos os conceitos da Antiga Aliança em prática na Igreja? Por que não assumem todas as 613 Leis do pentateuco? Se o “altar é santo”, onde estão os sacrifícios de bodes e animais? É mais fácil escolher seletivamente algumas regras ao invés de adotar o todo, não é mesmo?
Se eles argumentarem que Jesus fez um sacrifício perfeito, eu devo perguntar com força: então, por que você nega esse sacrifício voltando a rituais e crenças do Antigo Pacto?
O Altar santo na Antiga e na Nova Aliança
De fato, o altar do Antigo Testamento era santo:
“E o altar será santíssimo; tudo o que o tocar será santo” (Êxodo 29.37)
“Ungirás também o altar do holocausto e todos os seus utensílios e consagrarás o altar; e o altar se tornará santíssimo” (Êxodo 40.10)
Por que o altar era Santo? Porque representava de forma simbólica a presença de Deus, sua plenitude e completude, assim como externalizava o perdão de pecados: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus pertences, assim mesmo o fareis”. (Êxodo 25:8,9)
Assim, na Antiga Aliança, havia o foco em símbolos, em coisas externas que testificavam de forma simbólica verdades sobre Deus e o Evangelho. Todas essas coisas eram sombras:
“A Lei traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir, e não a realidade dos mesmos.” (Hebreus 10:1).
Porém, na Nova Aliança, não temos mais a sombra, mas a realidade das coisas:
“Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo.” (Colossenses 2:17)
Havia simbolismo porque não existia a realidade de Cristo. A simbologia era como uma foto de Jesus e do Evangelho. Hoje, agora que temos Jesus, precisamos voltar e ficar apenas com algumas fotos?
Sob a Antiga Aliança, o altar era o local onde o sacrifício era realizado para a manutenção do perdão de pecados. Esses sacrifícios eram constantes e repetitivos, pois não poderiam perdoar o pecado efetivamente. No entanto, sob a Nova Aliança, Cristo se apresenta no altar como o verdadeiro sacrifício, efetuando um perdão completo e total:
Por isso, quando Cristo veio ao mundo, disse: “Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste; de holocaustos e ofertas pelo pecado não te agradaste”. Então eu disse: Aqui estou, no livro está escrito a meu respeito; vim para fazer a tua vontade, ó Deus. Primeiro ele disse: “Sacrifícios, ofertas, holocaustos e ofertas pelo pecado não quiseste, nem deles te agradaste” (os quais eram feitos conforme a Lei ). Então acrescentou: “Aqui estou; vim para fazer a tua vontade”. Ele cancela o primeiro para estabelecer o segundo. (Hebreus 10:5-9)
Dia após dia, todo sacerdote apresenta-se e exerce os seus deveres religiosos; repetidamente oferece os mesmos sacrifícios, que nunca podem remover os pecados. Mas quando este sacerdote acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus. Daí em diante, ele está esperando até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés; porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados. (Hebreus 10:11-14)
Assim, o “altar” agora é o calvário, onde Cristo nos concedeu um perdão completo e total. Não estamos mais sob um Templo como o da Antiga Aliança, onde a presença de Deus estava reservada apenas para alguns, na parte do “santo dos santos”. Agora, por meio de Cristo, o véu que separa o santo dos santos (a presença de Deus) do homem, foi rompido e cortado de cima a abaixo (Marcos 15:38). Por isso, temos livre acesso a Deus por meio de Cristo e podemos ir a ele LIVREMENTE:
“Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo.” (Hebreus 10:19,20)
Não existem mais altares intermediando o nosso perdão a Deus. Existe uma obra perfeita e consumada que nos deu livre acesso ao Pai. Do mesmo modo, o santo dos santos não é mais um local, um prédio, um lugar, mas o próprio crente habitado pelo Espírito Santo de Deus:
“Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?” (1 Coríntios 6:19)
Agora a santidade não está em coisas ou em lugares, mas se trata da nossa identidade espiritual porque estamos unidos ao Santo Espírito de Deus!
Logo, o que seria o “altar” ou púlpito da igreja local? Um lugar onde colocamos a bíblia, um local onde temos os nossos músicos que levam a Igreja à adoração, um local onde pregamos Cristo, e este crucificado – não um local onde realizamos sacrifícios de pecado, ou onde só podemos acessar depois do cumprimento de uma lista de regras.
Texto tirado da série “Erros e acertos do Pentecostalismo”. Gostaria de obter essa série? Entre em contato conosco!
Tambem entendo da forma que vc explicou.Se o pulpito e lugar santo ou considerado altar nenhum de nos podemos subir nele porque somos pecadores em todo tempo.Sou pr entendo assim.Entao a graça foi anulada em nos.portanto uma coisa e certa para mim pregar preciso obedecer.Lugar santo nao e pulpito ou considerado altar como muitos dizem.porem e sua vida em obediencia a Deus e o verdadeiro altar onde ele habita.A
Amém!
Achei interessante, somos agora o templo do Espírito Santo do SENHOR JESUS… Deus habita em nós… não habita em templos feito por mãos de homens, nós somos o templo do Espírito do SENHOR JESUS… o altar das igrejas é um símbolo , mas Deus habita em nós….
Amém! Obrigado por ter lido!
Eu particularmente gostei do blog, mas eu tenho uma dúvida. A pessoa que passou o dia todo cometendo pecados voluntários, como cair na pornografia, ou por exemplo uma pessoa que cometeu adultério, ela poderá pregar na igreja independente de seus pecados?
Obrigado por lido o texto! Ótima pergunta irmão! Entre em contato conosco que iremos te ajudar. Whats: +55 51 9757-8904
Paz. Excelente texto! Agora, uma “quase dúvida” (mais uma instrução mesmo). Sou guitarrista de uma igreja, uso brincos, e o pastor vive insistindo para que eu tire o brinco nos cultos (mesmo eu já deixando claro que não tenho a intenção de usá-los, e não uso). Percebo que até nos ensaios ele tem pedido, e, não que me afete, mas gostaria de ter ensinamentos da teologia sobre, e entender se o meu pensamento de “não escandalizar os irmãos de POUCA fé” está correto, pois quando disse para ele que por mim sem problema algum, pois eu entendia os irmãos de fé fraca, senti que ele se ofendeu um pouco. Mande versículos para meditar também, por favor, e não hesite em discordar/ensinar se preciso, por isso estou aqui.
É uma ótima questão. Mas, não conseguirei te ajudar de forma eficaz aqui. Se quiser, nos chame no whats, que iremos te auxiliar com Graça: +55 51 9757-8904