Justo e pecador? Qual é a nossa real identidade?

Quando se trata de nossa real identidade, existem várias opiniões dentro do cristianismo. Uma visão que paira no meio cristão é a perspectiva de que “eu sou justo e pecador”. Uma espécie de dualismo de natureza e genealogia. Lutero defendeu essa opinião expondo a famosa frase “simultaneamente pecador e justo”. A igreja está acostumada a defender isso, mas você é realmente justo e pecador?

Eu respeito meus irmãos que pensam assim. No entanto, não podemos criar uma dicotomia, uma esquizofrenia de identidade enquanto a Bíblia dá a certeza de quem de fato somos. Não somos justos e pecadores Ou somos justos ou somos pecadores (Romanos 5:8,19), estamos em Adão ou em Cristo, somos puros ou impuros, perfeitos (Hebreus 10:14) ou imundos, a obra de Cristo está consumada ou não está. Não podemos diminuir o poder magnífico do Evangelho à uma reles dicotomia de incertezas e inseguranças. A Bíblia nos dá a certeza total de quem somos!

Essa visão está fundamentada na ideia de que vigora no cristão duas naturezas: o velho e o novo homem.  A velha natureza ainda não morreu e temos que lutar diariamente contra ela em uma árdua batalha.

Para esses irmãos, o velho homem está parcialmente morto, e o resto do trabalho é por nossa conta. O velho homem ainda está vivo como um zumbi que, mesmo estando morto, retorna para nos atormentar.

Porque ainda pecamos, defendemos que existe um morto-vivo em cada cristão, dizemos que ainda temos duas identidades, duas naturezas, declaramos que somos justos e pecadores. Parece que essa resposta satisfaz o nosso senso de humildade. Não queremos nos ver como verdadeiros santos, mas também não queremos negar a obra do calvário, e assim criamos uma teoria mística e dualística sobre nossa real identidade. Sem perceber, anulamos o trabalho de Cristo com a nossa ginástica teológica.

A Bíblia não nos fornece essa mesma resposta ao motivo de ainda pecarmos. Ela, na verdade, nos diz que o nosso velho homem foi crucificado e morto com Cristo, e assim como Cristo morreu de uma vez por todas, a morte do nosso velho homem foi de uma vez por todas (Romanos 6:10-11).

Existem diversas formas de provar que nosso velho homem não está mais em ação:

  • A crucificação do antigo “eu” descrita em Romanos 6: 6;
  • O uso do tempo aoristo em Colossenses 3: 9-10 para descrever como os cristãos tiraram o seu antigo eu e colocaram seu novo eu;
  • A versão da Nova Versão Internacional de Efésios 4: 20-24, que implica que o velho eu foi despojado quando chegamos a conhecer a Cristo.

O cristão não é mais o velho eu que era antes. Ele não é, como sempre foi ensinado, tanto o velho como o novo, mas é realmente novo em Cristo, uma nova criatura (2 Coríntios 5:17). Você não é justo e pecador, mas completamente justo. Existe apenas um espírito em você, e ele é justo!

Texto tirado do Segundo Capítulo do livro E Ele nos tornou Santos

 

 

Eliezer Oliveira
Eliezer Oliveira

Tenho 25 anos e sou diretor do Blog Vida Trocada, autor dos livros E Ele nos tornou Santos, Nada Além do Sangue (Livro Publicado) e Hiper Graça: O Que Realmente Defendemos (Livro Publicado). Também sou coautor do livro Interpretando a Escritura. Sou professor do curso Universidade da Graça, Vida na Graça e Teologia com Graça, e também atuo como Escritor Fantasma para alguns ministérios. Atualmente estou cursando Teologia (ESTÁCIO), sou casado com uma escritora maravilhosa, amante da leitura e de um bom café.

6 comentários

  1. O próprio livro de colossenses encina isso, o dualismo de Colossos era isso duas naturezas. Eles usam a lei para se libertar da “antiga” sendo que isso não tem poder algum. Nos nascemos de novo temos a lei dentro de nós como um caráter como em Jr 31:31-32 Rm 8:4 Ef 2:6 entre outros. Tenho em mente que esse também era o caso de Galatas, porem temos que acritar se não iremos viver como a igreja de Coríntios!

  2. Negativo. Temos sim, duas naturezas. A carne e o espírito (figura de linguagem para expressar “velha e nova natureza). O processo da santificação é exatamente esse: vencer a velha criatura e viver pela nova.

    • Negativo. Em qual texto Paulo associa o velho homem com a carne? O “processo de santificação” é na verdade o processo de descobrir quem você é em Cristo e viver de acordo com essa identidade.

      Se você acredita que tem duas naturezas, responda: Quando você peca, o que peca, a velha ou a nova natureza? A nova natureza se arrepende depois de um pecado que não cometeu? Quem se arrepende quando peca, a velha natureza ou a nova?

  3. Concordo com o escritor. O velho homem era o nosso espírito não- regenerado. Acho que na carta aos Éfesios Paulo fala para nós despirmos do velho homem e nós revestimos do novo que é criado em verdadeira justiça e santidade como o próprio Deus….forte né ? O que falta hj no corpo de Cristo é ensino principalmente das espistolas Paulinas. Antes de saber disso eu vivia em depressão.

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